16.3.18

Simplicidade


Eu sou tão grata pelos banhos. A água batendo na pele, invadindo os fios do cabelo, limpando as impurezas superficiais. O contato com com o corpo, com os pensamentos, com o mundo das ideias. Aliás, o melhor lugar pra refletir é no chuveiro. A gente desliga um pouco os olhos e aguça todos os outros sentidos.


O barulho das gotas que saem em jato forte, escorrem pela cabeça, pelos seios, pelas pernas e tocam o chão suavemente.
O cheiro do sabonete, que muda em contato com o corpo. O xampu, a pasta de dente, o meu perfume.
O gosto de sal, de cloro das gotículas que chegam a minha boca.
O meu toque em mim. Contínuo, sincero e afetuoso.

Eu fecho os olhos para ver melhor. E sinto aquele mundo de sensações, conexões e de mim mesma. Estou ali, desnuda, não só literalmente, porque seria muito fácil.
Estou ali, me percebendo, conectada em experienciando as minhas raízes, os meus desejos, os meus medos, os meus e os eus.

E naquele pequeno espaço de tempo, tudo parece ter sentido. Eu sinto o infinito em mim.
A minha aura, a minha força, a minha individualidade e eu gosto:
me renova, me cura, me traz pra perto, me mantêm firme e lúcida. Transbordo e agradeço

Abro os olhos. O tempo voltou a correr, apressado
O intervalo acabou.
Preciso voltar a vida real - ou seria irreal?
Mas volto mais minha, menos dessa realidade.

Ah, se todos os momentos fossem repletos da tal simplicidade!

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